Por mais fãs que sejamos da Apple, e por muita caridade que esta apoie, um dos seus calcanhares de Aquiles continua a ser a condições de trabalho a que os trabalhadores da sua cadeia de montagem estão sujeitos. É certo que os fãs mais aguerridos dizem que a Apple não tem nada que ver com isso porque esses trabalhadores têm contratos com outras empresas. Pois, é verdade. Mas é também verdade que a Apple podia ter contratos com empresas que conseguissem garantir o mínimo de condições de trabalho.
Mas se antes maior parte das criticas vinham fora do circulo da Apple, a verdade é que um antigo executivo da Apple veio dizer ao NYT que a maçã ignora os abusos a que os trabalhadores da sua cadeia de montagem estão sujeitos. No mesmo artigo lê-se que não foi apenas um ex-executivo da Apple a vir apontar o dedo, mas sim vários, que não podem vir mais a público por causa do contrato de confidencialidade.
“We’ve known about labor abuses in some factories for four years, and they’re still going on,” said one former Apple executive who, like others, spoke on the condition of anonymity because of confidentiality agreements. “Why? Because the system works for us. Suppliers would change everything tomorrow if Apple told them they didn’t have another choice.”
Certo é que a história recente da Apple não é feita apenas de grandes sucessos. Por detrás desses sucessos têm também vindo a ser noticiados mortes, suicídios, acidentes e transgressões ambientais feitas empresas ligadas à cadeia de fornecedores da Apple. Um ex-trabalhador da Foxconn (empresa responsável pela montagem dos iDevices) diz que “a Apple nunca se preocupou com nada a não ser com o aumento da qualidade do produto e com a decréscimo do seu custo de produção”.
O artigo do NYT teve tanta repercussão que Tim Cook viu-se obrigado a dar justificações, numa carta enviada a todos os colaboradores. Nessa carta Cook justifica-se dizendo que todos os anos a Apple inspeciona mais e mais fábricas e que vão cada vez mais fundo na cadeia de fornecedores. Cook chega mesmo a dizer que “Sabemos que ninguém na nossa indústria está a fazer tanto como nós, em tantos lugares, e chegando a tantas pessoas quanto possível.” Tim Cook salienta ainda que a Apple está focada na educação de trabalhadores e nos seus direitos, sendo que até agora mais de um milhão de pessoas foi treinada pelo seu programa.
Esta é a carta enviada por Cook:
Team,As a company and as individuals, we are defined by our values. Unfortunately some people are questioning Apple’s values today, and I’d like to address this with you directly. We care about every worker in our worldwide supply chain. Any accident is deeply troubling, and any issue with working conditions is cause for concern. Any suggestion that we don’t care is patently false and offensive to us. As you know better than anyone, accusations like these are contrary to our values. It’s not who we are.
For the many hundreds of you who are based at our suppliers’ manufacturing sites around the world, or spend long stretches working there away from your families, I know you are as outraged by this as I am. For the people who aren’t as close to the supply chain, you have a right to know the facts.
Every year we inspect more factories, raising the bar for our partners and going deeper into the supply chain. As we reported earlier this month, we’ve made a great deal of progress and improved conditions for hundreds of thousands of workers. We know of no one in our industry doing as much as we are, in as many places, touching as many people.
At the same time, no one has been more up front about the challenges we face. We are attacking problems aggressively with the help of the world’s foremost authorities on safety, the environment, and fair labor. It would be easy to look for problems in fewer places and report prettier results, but those would not be the actions of a leader.
Earlier this month we opened our supply chain for independent evaluations by the Fair Labor Association. Apple was in a unique position to lead the industry by taking this step, and we did it without hesitation. This will lead to more frequent and more transparent reporting on our supply chain, which we welcome. These are the kinds of actions our customers expect from Apple, and we will take more of them in the future.
We are focused on educating workers about their rights, so they are empowered to speak up when they see unsafe conditions or unfair treatment. As you know, more than a million people have been trained by our program.
We will continue to dig deeper, and we will undoubtedly find more issues. What we will not do — and never have done — is stand still or turn a blind eye to problems in our supply chain. On this you have my word. You can follow our progress at apple.com/supplierresponsibility.
To those within Apple who are tackling these issues every day, you have our thanks and admiration. Your work is significant and it is changing people’s lives. We are all proud to work alongside you.
Tim
Lembramos ainda que há cerca de duas semanas a Apple apresentou o Relatório de Progresso de Responsabilidade do Fornecedor, onde estão relatados os seus esforços em 2011 para que os trabalhadores tenham os seus direitos assegurados.
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(Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
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